Fiquei pensando por que vou escrever sobre a tal da Selic, se gosto mesmo é de direito societário, governança corporativa e contratos?

Mas ultimamente, estou tentando ser mais polímata (vocês devem ter percebido nos meus artigos) e estou tendo mais resultados assim. Polímata? What on earth is that?

Um polímata é uma pessoa que possui conhecimentos e habilidades em diversas áreas. Mas eu sou mais flexível e realista, então gosto da frase popular: “Saber um pouco de tudo é melhor do que saber muito de uma só coisa.”

Sempre falo isso para minhas mentoradas: não adianta saber apenas direito empresarial, é preciso entender economia e contabilidade, ainda que superficialmente. Pense em Leonardo da Vinci, que não foi apenas um artista, mas também um cientista, engenheiro e inventor! Bom, já estou filosofando, então vou direto ao assunto para vocês não me acharem louca.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil recentemente decidiu manter a taxa Selic em 10,50% ao ano. Como sabem, a Selic elevada possui implicações significativas para a economia brasileira, afetando tanto o consumo das famílias quanto os planos financeiros das empresas.

Isso impacta diretamente as decisões de investimento dos acionistas e conselheiros, pois projetos que poderiam ser viáveis se tornam economicamente inviáveis. Isso significa que a governança corporativa das empresas deve ser reforçada para garantir que as decisões estratégicas estejam alinhadas com as expectativas dos stakeholders e as melhores práticas do mercado.

É essencial que o conselho de administração e os gestores adotem uma abordagem proativa na identificação e mitigação de riscos, promovendo transparência e responsabilidade em todas as etapas do processo decisório.

As empresas e seus parceiros comerciais precisam então ajustar suas expectativas e condições contratuais, inserindo cláusulas que refletem a nova realidade econômica, buscando o equilíbrio contratual.

Cláusulas de reajuste, por exemplo, podem ser baseadas na inflação e na taxa Selic, protegendo as partes envolvidas contra variações inesperadas.

Renegociar prazos de pagamento mais longos e condições de crédito mais favoráveis também é uma necessidade em um cenário de juros altos.

A manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano traz desafios significativos para a gestão empresarial e a tomada de decisões societárias e contratuais.

Empresas precisam adotar estratégias financeiras prudentes, revisitar seus planos estratégicos e renegociar contratos para se adaptarem ao novo cenário econômico. Ao mesmo tempo, é essencial manter a justiça e a equidade nas negociações, garantindo que todas as partes envolvidas sejam tratadas de forma justa.

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